As Cortes portuguesas desaprovaram o fato de D. Pedro ter permanecido no Brasil. Temiam que ele fizesse a Independência. Para evitá-la, começaram a exigir sua volta e tomaram medidas que diminuíram seus poderes.
Os brasileiros passaram a trabalhar pela Independência, tentando evitar que D. Pedro deixasse o país. de um lado, estavam políticos como José Bonifácio de Andrada e Silva, José Clemente Pereira e o Padre Januário Barbosa. De outro, A Imprensa e a Maçonaria, sociedade secreta que possuía grande força política.
Em dezembro de 1821 chegaram decretos das Cortes exigindo o regresso imediato de D. Pedro. Os brasileiros perceberam que não poderiam deixá-lo partir, caso contrário, o processo de Independência poderia ser prejudicado.
Começaram a ser recolhidas no Rio de Janeiro cerca de oito mila assinaturas que pediam que o Príncipe-Regente não retornasse a Portugal. O abaixo-assinado foi entregue a ele a 9 de janeiro de 1822. Ao recebê-lo, D. Pedro respondeu que permaneceria no país. Foi o " Fico ", considerado o terceiro e último passo para a Independência.
Em maio, D. Pedro assinou uma portaria onde ficou estabelecido que somente deveriam ser obedecidos, os decretos das Cortes que tivessem sua assinatura e o " cumpra-se ". Em agosto, como havia estourado em São Paulo, um movimento revolucionário contra os irmãos Andrada. D. Pedro viajou até aquela província para tentar sufocar a rebelião. Foi durante essa viagem que, ao receber decretos das Cortes que anulavam seus principais atos, no dia 7 de setembro de 1822, proclamou a Independência.
O 7 de setembro, entretanto, significou apenas a separação política de Portugal. Pouca coisa iria mudar no país. O Brasil iria continuar sendo uma nação agrária, com uma mentalidade escravista, dominado politicamente pela aristocracia rural e com a economia totalmente dependente do capital inglês.
Guerra de Independência
Assim que foi realizada a separaçaõ política, algumas províncias se recusaram a aceitá-la. As províncias eram a Bahia, o Maranhão,o Pará , o Piauí e a Provincia Cisplatina ( atual Uruguai ). Para pacificar as províncias, D. Pedro foi obrigado a tomar empréstimos estrangeiros e contratar mercenários de outros países, uma vez que na época, não havia aqui grandes estrategistas militares. Asim, foram contratados, os ingleses John Grenfell e John Taylor, o francês Pierre Labatut e o escocês Lord Cohrane.
Após várias batalhas a Independência foi estendida a todo o território nacional.
Reconhecimento da Independência
O primeiro país a reconhecer a Independência foi os Estados Unidos, em 1824. O seu reconhecimento se deu por duas razões: A Doutrina Monroe, defendida pelo presidente James Monroe ( " A América para os americanos " ) e o interesse pela abertura de novos mercados.
Em 1825, aconteceu o reconhecimento por parte de Inglaterra e Portugal.
Portugal exigiu pelo reconhecimento dois milhões de libras e o título de Imperador Honorário para D. João VI. A Inglaterra somente reconheceu após a renovação dos tratados de comércio de 1810, que tinham a validade de quinze anos e a promessa do Brasil de extinguir o tráfico negreiro dentro de cinco anos.
Constituição de 1824
Trazia quatro poderes, Executivo ( deveria ser exercido pelo Imperador, assessorado por um ministério de sua livre escolha) Legislativo ( seria formado pela Assembléia Geral que, por sua vez, seria composta pela Câmara dos Deputados e Senado os deputados seriam eleitos através do voto censitário por um período de quatro anos e os senadores seriam nomeados pelo Imperador entre os deputados mais votados. Os senadores seriam vitalícios ) Judiciário ( seria formado por juizes e tribunais ) A Constituição trazia ainda um quarto poder, o Poder Moderador ( exercido pelo Imperador e pelo Conselho de Estado, legitimava o absolutismo de D. Pedro )
Impopularidade do Imperador
Devido ao seu absolutismo, D. Pedro começou a perder popularidade. Uma das causas, foi a repressão à Confederação do Equador, uma revolução de caráter liberal e republicano que estourou em Pernambuco, em 1824. As causas do movimento encontram-se ligadas à crise econômica que havia se abatido sobre a região e à insatisfação diante do caráter absolutista do Imperador. Os revoltosos conseguiram tomar o governo e proclamar a República em Pernambuco, recebendo adesão de províncias vizinhas. O movimento acabou sendo sufocado e o seu principal chefe, o frade jornalista Frei Caneca, foi fuzilado por ordem de D. Pedro.
Uma outra causa do aumento de sua impopularidade foi a Guerra da Cisplatina que estourou em 1825, entre Brasil e Argentina, pela disputa da Província Cisplatina, que havia sido anexada pelos argentinos. Em 1828, após a intervenção da Inglaterra, a Cisplatina ficou independente com o nome de República Oriental do Uruguai.
A abdicação
No final de 1830, no auge de sua impopularidade, D. Pedro decidiu fazer uma viagem à Minas Gerais, o principal foco de oposição. Foi recebido friamente no Rio de Janeiro, enquanto os portugueses decidiram recebê-lo com festas. Os brasileiros não permitiram e o episódio culminou com a Noite das Garrafadas, conflito de rua entre brasileiros e portugueses no dia 13 de março de 1831.
Numa última tentativa de agradar aos seus opositores, D. Pedro substituiu o seu ministério, convocando um outro, somente de políticos brasileiros. As críticas aumentaram. Imediatamente, o Imperador demitiu o ministério de brasileiros e convocou un novo, somente de portugueses.
Foi a gota d' água. Os brasileiros forçaram sua abdicação. D. Pedro I abdicou a 7 de abril de 1831, em favor de seu filho D. Pedro de Alcântar que, na época, contava cinco anos de idade.
AGRADECEMOS .
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