terça-feira, 31 de julho de 2012

Personagens Históricos

                         DADOS SOBRE PERSONAGENS HISTÓRICOS                  

 

                                           

  D. João VI

Príncipe regente e, depois de 1816, rei do Brasil e de Portugal, nasceu em 13 de maio de 1767 e morreu em 10 de março de 1826, dois meses antes de completar 59 anos. Seu nome completo era João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís Antônio Domingos Rafael de Bragança. Foi o último monarca absoluto de Portugal e o primeiro e único de um reino cuja existência não durou mais do que cinco anos: o Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarve, criado em 1815.

Chegou ao poder por acaso depois que a mãe, a rainha Maria I, enlouqueceu e o irmão mais velho, D. José, herdeiro natural do trono, morreu de varíola. Em 1792, quando se confirmou que a mãe estava irremediavelmente louca, assumiu o poder régio em caráter provisório, apoiando-se no Conselho de Estado, composto por nobres, militares e representantes da Igreja. Sete anos mais tarde, em 1799 passou à condição de Príncipe Regente, o que, na prática, fazia dele um rei ainda sem coroa. A aclamação, com o nome de D. João VI, só aconteceu em 1816, dois anos após a morte da mãe e oito depois da chegada ao Rio de Janeiro.

Com seu caráter indeciso e medroso, governou Portugal em meio a um dos períodos mais turbulentos na história das monarquias européias. Sofria crises periódicas e profundas de depressão. Foi casado com a princesa espanhola Carlota Joaquina, com quem teve nove filhos e viveu pouco tempo sob o mesmo teto.

O historiador pernambucano Manuel de Oliveira Lima diz que, embora não tenha sido um grande soberano, capaz de proezas militares e golpes audaciosos de administração, D. João soube combinar bondade, inteligência e senso prático para se tornar um rei eficiente. “Foi brando e sagaz, insinuante e precavido, afável e pertinaz”. Na opinião de Oliveira Lima, graças a esses atributos “D. João VI foi sem dúvida alguma no Brasil, e ainda é, um rei popular”. 

                                          

  Carlota Joaquina

Filha de Carlos IV e irmã de Fernando VII, reis da Espanha, Carlota Joaquina nasceu em 1775 e morreu em 1830, aos 54 anos. Nos livros, crônicas e filmes que inspirou, aparece como uma esposa infiel e uma mulher feia, maquiavélica e infeliz. Poucas mulheres marcaram tanto o seu tempo. E nenhum outro personagem da época de D. João VI passou para a História com imagem tão polêmica e caricata quanto ela. Inteligente, briguenta e vingativa, participou de inúmeras conspirações políticas, muitas delas contra o próprio marido, o rei D. JoãoVI.

Carlota Joaquina tinha os olhos negros e graúdos e a boca larga e voluntariosa, de lábios finos, sobre os quais se destacava o buço escuro e pronunciado. Os ângulos do rosto eram retos e viris. Magra, de estatura baixa e cabelos escuros, tinha a pele morena marcada pelas cicatrizes da varíola, contraída quando ainda era criança. A Duquesa de Abrantes, mulher do general Junot, comandante das tropas francesas que invadiram Portugal, a descreveu como “pequena, claudicando de uma perna, olhos travessos, o nariz arroxeado, demasiadamente desagradável para as lendas de amores que a acompanhavam”. Tinha ficado coxa devido a uma queda de cavalo na infância.

Carlota Joaquina e D. João casaram-se em 1785 por procuração, como era hábito nas cortes européias. Ela só foi conhecer o marido um mês depois do casamento. Tinha dez anos. Ele, dezessete. Apesar das divergências políticas e pessoais, o casal teve nove filhos num período de treze anos:



-Maria Teresa, em 29 de abril de 1793, um ano depois de D. João assumir a regência do reino;

-Antônio, em 25 de março de 1795, morreu em 11 de junho de 1801, aos seis anos de idade;

-Maria Isabel, em 10 de maio de 1797, casou-se com o rei da Espanha, Fernando VII, e morreu pouco depois, em 2 de dezembro de 1818;

-Pedro, em 12 de outubro de 1798, futuro primeiro imperador Pedro I do Brasil e rei Pedro IV de Portugal;

-Maria Francisca, em 22 de abril de 1800, casou-se com o infante D. Carlos, da Espanha, irmão de Fernando VII;
-Isabel Maria, em 4 de junho de 1801, foi regente de Portugal entre 1826 e 1828;

-Miguel, em 22 de outubro de 1802, foi rei de Portugal entre 1828 e 1834, e perdeu o trono para o irmão Pedro, que havia abdicado ao império brasileiro. Fugiu para a Alemanha, a bordo de um navio inglês, onde morreu em 1866, aos 64 anos;

-Maria da Assunção, em 25 de junho de 1805, morreu em janeiro de 1834;

-Ana Maria de Jesus, em 23 de dezembro de 1806, assumiu o titulo de Duquesa de Loulé. 

                                              

      D. Maria I, "A Rainha Louca"

Filha do rei D. José I, nasceu em Lisboa no dia 17 de dezembro de 1734 e morreu no Rio de Janeiro em 20 de março de 1816. Foi a primeira mulher a assumir o trono português, a partir de 24 de março de 1777. Conservadora e piedosa, demitiu e exilou da corte o homem forte do governo de seu pai, Sebastião José de Carvalho, o Marquês de Pombal, responsável por um dos períodos de maior transformação em toda a história portuguesa. Vítima de uma doença mental, foi declarada incapaz de governar a partir de 1792, cabendo ao seu filho D. João assumir a regência da monarquia.

Nos seus acessos de loucura, dizia-se perseguida por demônios. Seus gritos de terror ecoavam nas madrugadas frias e enevoadas do Palácio de Queluz. Pesquisas recentes sugerem que fosse vítima de um mal chamado porfíria variegata, doença hereditária de sintomas semelhantes aos da esquizofrenia e da psicose maníaca-depressiva, atualmente conhecida como transtorno bipolar do humor.

Quando a corte portuguesa partiu de Porrugal para o Rio de Janeiro, no dia 29 de novembro de 1807 (fugindo das tropas do imperador francês Napoleão Bonaparte), fazia dezesseis anos que D. Maria I vivia reclusa no Palácio de Queluz e não era vista nas ruas de Lisboa. Enquanto seu coche se aproximava do porto em disparada, ela teria gritado ao cocheiro: “Mais devagar. Vão pensar que estamos fugindo!”. Ao chegar ao cais, ela teria se recusado a descer da carruagem, obrigando o capitão da frota real a carregá-la no colo até o navio. Na chegada ao Rio de Janeiro, em 8 de março de 1808, tinha 74 anos. Demente e alquebrada pela viagem, foi conduzida até o Paço numa cadeirinha de braços sustentado pelos criados reais. Ficou abrigada no convento dos carmelitas, ligado ao Paço Real por um passadiço improvisado sobre a Rua Direita, atual Primeiro de Março.

Na noite de 24 de abril de 1821, um cortejo fúnebre atravessou em silêncio as ruas do Rio de Janeiro. Transportava para a câmara ardente de uma fragata ancorada no porto os restos mortais da rainha D. Maria I, falecida em 1816, e do infante D. Pedro Carlos, vítima da tuberculose em 1812. D. João VI acompanhou a procissão à luz dos archotes, atrás dos dois esquifes – um retirado do convento da Ajuda, o outro, do convento de Santo Antonio. Era o ato final da corte portuguesa no Brasil. Dois dias mais tarde, o rei partia do Rio de Janeiro de volta para Portugal.

                                           

     Napoleão Bonaparte

Nos últimos duzentos anos, mais livros foram escritos sobre Napoleão do que qualquer outra pessoa na História, com exceção apenas de Jesus Cristo. Mais de 600 000 obras fazem referência direta ou indireta a ele. Homem de ambição e vaidades desmedidas, inversamente proporcionais a sua baixa estatura, de 1,67 metro, era um gênio militar por natureza. Foi a Revolução Francesa que lhe deu a oportunidade de demonstrar seus talentos nos campos de batalha. Era, portanto, o homem certo, no lugar certo e na hora certa. Nascera em 1769, filho de uma família da pequena nobreza da Córsega. Aos 16 anos, ainda na adolescência, já era tenente do exército francês. Na escola militar ganhou reputação como republicano e estabeleceu ligações com as futuras lideranças revolucionárias.

Foram essas conexões que o puseram à frente da artilharia na batalha de Toulon, cidade rebelde defendida pelos ingleses, em 1793. Sua participação foi tão decisiva que nas oito semanas seguintes seria promovido de capitão a general. Tinha só 24 anos. Três anos mais tarde, era comandante do exército na Itália, onde se destacou pela bravura e pela ousadia das manobras militares. Mais três anos, era o Primeiro Cônsul da França, cargo que lhe dava poderes irrestritos. Em 1804, se auto-proclamou Imperador, aos 35 anos de idade.

Em 1807, ano em que a corte portuguesa de D. João fugiu para o Brasil, Napoleão Bonaparte estava no auge do seu poder. Fazia três anos que tinha se auto-declarado imperador dos franceses. Seus domínios abrangiam a maior parte do continente europeu. Um ano mais tarde, em 1808, com a virtual anexação da Espanha e de Portugal, ele praticamente dobrou o tamanho do território original da França. Seus territórios agora incluíam a Bélgica, a Holanda, a Alemanha e a Itália.

Foi casado duas vezes, a primeira com Josefina, que não lhe deu filhos, e a segunda com Maria Luísa, filha do imperador da Áustria, Francisco I. Reformador incansável, seu governo foi marcado por realizações importantes em várias frentes, incluindo o saneamento das finanças públicas e a adoção do sistema métrico decimal, de uma nova constituição e do Código Napoleônico, até hoje a base do sistema jurídico da França e de muitos outros países. Também mudou a paisagem urbana de Paris, abrindo novas e largas avenidas e inaugurando parques, praças e monumentos.

Napoleão despertava medo e admiração tanto nos seus inimigos quanto nos seus admiradores. Lord Wellington, que em 1815 o derrotou definitivamente em Waterloo, dizia que, no campo de batalha, Napoleão sozinho valia por 50 000 soldados. Preso pelos ingleses depois da derrota em Waterloo, morreu na Ilha de Santa Helena, um rochedo isolado no Atlântico Sul em abril de 1821. Há suspeitas de que tenha sido envenenado. Seus restos mortais estão hoje no monumentos Les Invalides, de Paris. 

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