Personagens Históricos
DADOS SOBRE PERSONAGENS HISTÓRICOS

D. João VI
Príncipe regente e, depois de 1816, rei do Brasil e de Portugal,
nasceu em 13 de maio de 1767 e morreu em 10 de março de 1826, dois meses
antes de completar 59 anos. Seu nome completo era João Maria José
Francisco Xavier de Paula Luís Antônio Domingos Rafael de Bragança. Foi o
último monarca absoluto de Portugal e o primeiro e único de um reino
cuja existência não durou mais do que cinco anos: o Reino Unido do
Brasil, Portugal e Algarve, criado em 1815.
Chegou ao poder por
acaso depois que a mãe, a rainha Maria I, enlouqueceu e o irmão mais
velho, D. José, herdeiro natural do trono, morreu de varíola. Em 1792,
quando se confirmou que a mãe estava irremediavelmente louca, assumiu o
poder régio em caráter provisório, apoiando-se no Conselho de Estado,
composto por nobres, militares e representantes da Igreja. Sete anos
mais tarde, em 1799 passou à condição de Príncipe Regente, o que, na
prática, fazia dele um rei ainda sem coroa. A aclamação, com o nome de
D. João VI, só aconteceu em 1816, dois anos após a morte da mãe e oito
depois da chegada ao Rio de Janeiro.
Com seu caráter indeciso e
medroso, governou Portugal em meio a um dos períodos mais turbulentos na
história das monarquias européias. Sofria crises periódicas e profundas
de depressão. Foi casado com a princesa espanhola Carlota Joaquina, com
quem teve nove filhos e viveu pouco tempo sob o mesmo teto.
O
historiador pernambucano Manuel de Oliveira Lima diz que, embora não
tenha sido um grande soberano, capaz de proezas militares e golpes
audaciosos de administração, D. João soube combinar bondade,
inteligência e senso prático para se tornar um rei eficiente. “Foi
brando e sagaz, insinuante e precavido, afável e pertinaz”. Na opinião
de Oliveira Lima, graças a esses atributos “D. João VI foi sem dúvida
alguma no Brasil, e ainda é, um rei popular”.
Carlota Joaquina
Filha de Carlos IV e irmã de Fernando VII, reis da Espanha,
Carlota Joaquina nasceu em 1775 e morreu em 1830, aos 54 anos. Nos
livros, crônicas e filmes que inspirou, aparece como uma esposa infiel e
uma mulher feia, maquiavélica e infeliz. Poucas mulheres marcaram tanto
o seu tempo. E nenhum outro personagem da época de D. João VI passou
para a História com imagem tão polêmica e caricata quanto ela.
Inteligente, briguenta e vingativa, participou de inúmeras conspirações
políticas, muitas delas contra o próprio marido, o rei D. JoãoVI.
Carlota
Joaquina tinha os olhos negros e graúdos e a boca larga e voluntariosa,
de lábios finos, sobre os quais se destacava o buço escuro e
pronunciado. Os ângulos do rosto eram retos e viris. Magra, de estatura
baixa e cabelos escuros, tinha a pele morena marcada pelas cicatrizes da
varíola, contraída quando ainda era criança. A Duquesa de Abrantes,
mulher do general Junot, comandante das tropas francesas que invadiram
Portugal, a descreveu como “pequena, claudicando de uma perna, olhos
travessos, o nariz arroxeado, demasiadamente desagradável para as lendas
de amores que a acompanhavam”. Tinha ficado coxa devido a uma queda de
cavalo na infância.
Carlota Joaquina e D. João casaram-se em 1785
por procuração, como era hábito nas cortes européias. Ela só foi
conhecer o marido um mês depois do casamento. Tinha dez anos. Ele,
dezessete. Apesar das divergências políticas e pessoais, o casal teve
nove filhos num período de treze anos:
-Maria Teresa, em 29 de abril de 1793, um ano depois de D. João assumir a regência do reino;
-Antônio, em 25 de março de 1795, morreu em 11 de junho de 1801, aos seis anos de idade;
-Maria
Isabel, em 10 de maio de 1797, casou-se com o rei da Espanha, Fernando
VII, e morreu pouco depois, em 2 de dezembro de 1818;
-Pedro, em 12 de outubro de 1798, futuro primeiro imperador Pedro I do Brasil e rei Pedro IV de Portugal;
-Maria Francisca, em 22 de abril de 1800, casou-se com o infante D. Carlos, da Espanha, irmão de Fernando VII;
-Isabel Maria, em 4 de junho de 1801, foi regente de Portugal entre 1826 e 1828;
-Miguel,
em 22 de outubro de 1802, foi rei de Portugal entre 1828 e 1834, e
perdeu o trono para o irmão Pedro, que havia abdicado ao império
brasileiro. Fugiu para a Alemanha, a bordo de um navio inglês, onde
morreu em 1866, aos 64 anos;
-Maria da Assunção, em 25 de junho de 1805, morreu em janeiro de 1834;
-Ana Maria de Jesus, em 23 de dezembro de 1806, assumiu o titulo de Duquesa de Loulé.
D. Maria I, "A Rainha Louca"
Filha do rei D. José I, nasceu em Lisboa no dia 17 de dezembro de
1734 e morreu no Rio de Janeiro em 20 de março de 1816. Foi a primeira
mulher a assumir o trono português, a partir de 24 de março de 1777.
Conservadora e piedosa, demitiu e exilou da corte o homem forte do
governo de seu pai, Sebastião José de Carvalho, o Marquês de Pombal,
responsável por um dos períodos de maior transformação em toda a
história portuguesa. Vítima de uma doença mental, foi declarada incapaz
de governar a partir de 1792, cabendo ao seu filho D. João assumir a
regência da monarquia.
Nos seus acessos de loucura, dizia-se
perseguida por demônios. Seus gritos de terror ecoavam nas madrugadas
frias e enevoadas do Palácio de Queluz. Pesquisas recentes sugerem que
fosse vítima de um mal chamado porfíria variegata, doença hereditária de
sintomas semelhantes aos da esquizofrenia e da psicose
maníaca-depressiva, atualmente conhecida como transtorno bipolar do
humor.
Quando a corte portuguesa partiu de Porrugal para o Rio de
Janeiro, no dia 29 de novembro de 1807 (fugindo das tropas do imperador
francês Napoleão Bonaparte), fazia dezesseis anos que D. Maria I vivia
reclusa no Palácio de Queluz e não era vista nas ruas de Lisboa.
Enquanto seu coche se aproximava do porto em disparada, ela teria
gritado ao cocheiro: “Mais devagar. Vão pensar que estamos fugindo!”. Ao
chegar ao cais, ela teria se recusado a descer da carruagem, obrigando o
capitão da frota real a carregá-la no colo até o navio. Na chegada ao
Rio de Janeiro, em 8 de março de 1808, tinha 74 anos. Demente e
alquebrada pela viagem, foi conduzida até o Paço numa cadeirinha de
braços sustentado pelos criados reais. Ficou abrigada no convento dos
carmelitas, ligado ao Paço Real por um passadiço improvisado sobre a Rua
Direita, atual Primeiro de Março.
Na noite de 24 de abril de
1821, um cortejo fúnebre atravessou em silêncio as ruas do Rio de
Janeiro. Transportava para a câmara ardente de uma fragata ancorada no
porto os restos mortais da rainha D. Maria I, falecida em 1816, e do
infante D. Pedro Carlos, vítima da tuberculose em 1812. D. João VI
acompanhou a procissão à luz dos archotes, atrás dos dois esquifes – um
retirado do convento da Ajuda, o outro, do convento de Santo Antonio.
Era o ato final da corte portuguesa no Brasil. Dois dias mais tarde, o
rei partia do Rio de Janeiro de volta para Portugal.
Napoleão Bonaparte
Nos últimos duzentos anos, mais livros foram escritos sobre Napoleão do
que qualquer outra pessoa na História, com exceção apenas de Jesus
Cristo. Mais de 600 000 obras fazem referência direta ou indireta a ele.
Homem de ambição e vaidades desmedidas, inversamente proporcionais a
sua baixa estatura, de 1,67 metro, era um gênio militar por natureza.
Foi a Revolução Francesa que lhe deu a oportunidade de demonstrar seus
talentos nos campos de batalha. Era, portanto, o homem certo, no lugar
certo e na hora certa. Nascera em 1769, filho de uma família da pequena
nobreza da Córsega. Aos 16 anos, ainda na adolescência, já era tenente
do exército francês. Na escola militar ganhou reputação como republicano
e estabeleceu ligações com as futuras lideranças revolucionárias.
Foram
essas conexões que o puseram à frente da artilharia na batalha de
Toulon, cidade rebelde defendida pelos ingleses, em 1793. Sua
participação foi tão decisiva que nas oito semanas seguintes seria
promovido de capitão a general. Tinha só 24 anos. Três anos mais tarde,
era comandante do exército na Itália, onde se destacou pela bravura e
pela ousadia das manobras militares. Mais três anos, era o Primeiro
Cônsul da França, cargo que lhe dava poderes irrestritos. Em 1804, se
auto-proclamou Imperador, aos 35 anos de idade.
Em 1807, ano em
que a corte portuguesa de D. João fugiu para o Brasil, Napoleão
Bonaparte estava no auge do seu poder. Fazia três anos que tinha se
auto-declarado imperador dos franceses. Seus domínios abrangiam a maior
parte do continente europeu. Um ano mais tarde, em 1808, com a virtual
anexação da Espanha e de Portugal, ele praticamente dobrou o tamanho do
território original da França. Seus territórios agora incluíam a
Bélgica, a Holanda, a Alemanha e a Itália.
Foi casado duas vezes,
a primeira com Josefina, que não lhe deu filhos, e a segunda com Maria
Luísa, filha do imperador da Áustria, Francisco I. Reformador
incansável, seu governo foi marcado por realizações importantes em
várias frentes, incluindo o saneamento das finanças públicas e a adoção
do sistema métrico decimal, de uma nova constituição e do Código
Napoleônico, até hoje a base do sistema jurídico da França e de muitos
outros países. Também mudou a paisagem urbana de Paris, abrindo novas e
largas avenidas e inaugurando parques, praças e monumentos.
Napoleão
despertava medo e admiração tanto nos seus inimigos quanto nos seus
admiradores. Lord Wellington, que em 1815 o derrotou definitivamente em
Waterloo, dizia que, no campo de batalha, Napoleão sozinho valia por 50
000 soldados. Preso pelos ingleses depois da derrota em Waterloo, morreu
na Ilha de Santa Helena, um rochedo isolado no Atlântico Sul em abril
de 1821. Há suspeitas de que tenha sido envenenado. Seus restos mortais
estão hoje no monumentos Les Invalides, de Paris.
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